
Fórmula E: Günther e Roland vencem; Barnard é destaque no final de semana em Jedá
Com o teste de novatos, inauguração do Pit Boost, duas corridas e estreia do novo traçado, o final de semana em Jedá foi muito movimentado. A pista, que já é utilizado pela Fórmula 1, teve seu traçado modificado para receber os carros elétricos. Maximilian Günther e Oliver Rowland venceram a primeira e a segunda corrida, respectivamente.
Taylor Barnard, da Neon McLaren, terminou o final de semana com dois pódios e uma pole position, confirmando a excelente fase em sua temporada de estreia na Fórmula E.
Veja abaixo os principais momentos da etapa no Arábia Saudita.
Treino de rookies com liderança para Mahindra

Na quinta-feira (13), o TL0, com jovens pilotos e alguns mais experientes, foi realizado em Jedá. As 11 equipes do grid foram representadas nos 40 minutos de sessão.
Para a maioria dos rookies, pilotar o Gen3 Evo foi novidade, e as primeiras voltas no traçado foram utilizadas para que eles se adaptassem ao carro e ao traçado. O primeiro tempo marcado foi de Jamie Chadwick, tricampeã da W Series, no cockpit da Jaguar.
Nas voltas seguintes, a liderança do treino livre era alterada a todo momento, passando por O’Sullivan, Alex Dunne e Kush Maini que marcou 1min21s400 com menos de 10 minutos de sessão.
Com a pista mais veloz, os pilotos puderam melhorar seus tempos. Maini chegou as 1min20s500 e foi superado por Chadwick logo em seguida ao marcar 1min20s029. A piloto da Jaguar, após parada nos boxes, foi superada por Theo Pourchaire, campeão da Fórmula 2 em 2023, que conseguiu marcar 1min18s905 com a Maserati. O francês foi desbancado por Mikkel Jensen, por 0,680s, levando a Cupra Kiro a liderança da tabela.
No fim, Maini conseguiu bater o tempo dos demais pilotos marcando um tempo de 1min17s184. Gabriele Minì, no trem de força da Nissan, e Jensen tentaram superar o indiano, mas a reação não foi suficiente para desbancá-lo.
“Eu realmente me diverti e ultrapassei os limites. É sempre um prazer entrar em um carro de Fórmula E, mas com as atualizações em comparação ao ano passado é de outro nível”, declarou Maini após o treino livre.
A sessão, que ocorreu tranquilamente durante grande parte, teve um acidente nos últimos minutos envolvendo O’Sullivan e Chadwick que se chocaram em pista causando danos nos carros de Sébastién Buemi e Nick Cassidy.
Resultado do Teste de Estreantes:
1 | Kush Maini | Mahindra Racing | 1:17.184 |
2 | Gabriele Minì | Nissan Formula E Team | +0.304 |
3 | Mikkel Jensen | Cupra Kiro | +0.377 |
4 | Théo Pourchaire | Maserati MSG Racing | +0.705 |
5 | Daniil Kvyat | DS PENSKE | +1.181 |
6 | Zak O’Sullivan | Envision Racing | +1.883 |
7 | Thomas Preining | TAG HEUER Porsche Formula E Team | +1.888 |
8 | Jak Crawford | Andretti Formula E | +2.264 |
9 | Jamie Chadwick | Jaguar TCS Racing | +2.620 |
10 | Tatiana Calderón | LOLA Yamaha ABT Formula E Team | +3.729 |
11 | Alexander Dunn | NEOM McLaren Formula E Team | +4.095 |
Batalha entre Günther e Rowland com vitória da DS Penske

De volta a DS Penske, Maximilian Günther garantiu a pole position para a primeira prova em Jedá. Largado do primeiro colchete, o alemão conseguiu manter a liderança mesmo após uma primeira curva caótica que resultou em um impacto entre Mitch Evans e Pascal Wehrlein, levando o piloto da Jaguar ao box ainda no início da prova. Nico Müller também atingiu Da Costa, danificando a dianteira do carro #51 da Andretti, que logo em seguida abandonou a corrida.
Com o DNF de Wehrlein, Rowland assumiu a segunda posição. O piloto da Nissan diminuiu rapidamente a diferença para Max e na 11ª volta tomou a liderança da prova após Günther ceder a posição para poupar bateria e aproveitar o vácuo.
A parada nos boxes para o Pit Boost fez Max perder posições. O britânico foi o primeiro a deixar o Pit Lane e conseguiu abrir uma grande vantagem sob os adversários. A tentativa de Rowland de se isolar do pelotão custou caro devido ao alto consumo de bateria, podendo deixar a liderança da prova em risco caso alguém com mais energia se aproximasse.
Aos poucos, Günther foi diminuindo a diferença para Oliver e, a poucas voltas do fim, com o Modo Ataque ativado, o alemão pressionava Rowland, que tinha apenas 1% de bateria. Na última curva, Max conseguiu a liderança e garantiu uma excelente vitória.
“A vitória largando da pole significa tudo para mim. Agradeço muito ao time pelo trabalho duro, a corrida foi incrível. Perdemos algumas posições na janela de pit-stop, mas tínhamos de manter a calma e concentrar na nossa corrida, não esperava me recuperar tanto assim, mas as coisas deram muito certo” declarou Günther ao fim da prova. “Fomos pegos no contrapé na janela de paradas, perdemos algumas posições, mas foi o preço da escolha que tomamos. Mas o carro continuou bom, progredimos e no fim das contas e a forma como gerenciamos a bateria fez a gente ter mais energia que os outros no final”, completou.
Chuva de punições para Lola

Antes mesmo da primeira largada do final de semana, o brasileiro Lucas di Grassi e Zane Maloney, dupla de pilotos da Lola Yamaha, já haviam recebido uma punição de 20 posições no grid. Segundo os comissários, a equipe rompeu os lacres de segurança nos dois MGU dos carros, que segundo o regulamento da competição, é considerado uma troca de componente, resultando na punição.
Ainda na primeira corrida do fim de semana, Di Grassi foi desclassificado após ultrapassar o limite de 42.35 kWh de energia permitido. A sequência de punições prejudica ainda mais as atuações da Lola Yamaha na categoria. Aos pilotos continuam zerados em suas pontuações no campeonato e a equipe é a única que ainda não pontuou mesmo após três etapas.
Estreia do Pit Boost

A corrida de sexta-feira ainda contou com uma novidade: o lançamento do Pit Boost, marcando o retorno da obrigatoriedade de paradas nos boxes na categoria. A nova tecnologia oferece um aumento de 10% na energia da bateria em apenas 30 segundos.
Cada equipe recebeu apenas um totem de carregamento, o que impede uma estratégia de parada dupla, obrigando as equipes a chamarem os pilotos em momentos distintos e ousarem nas estratégias. Além disso, apenas dois mecânicos podem trabalhar no carro durante a parada e um terceiro membro será responsável por liberar o carro.
Apesar da grande expectativa para a estreia da nova tecnologia, que demorou mais de dois anos para finalmente ser usada em pista, a novidade na categoria não teve o impacto esperado. Isso talvez se deva à maior potência do Modo Ataque nessa temporada. Apesar disso, foi possível notar que a utilização do Pit Boost causará grandes mudanças no posicionamento dos pilotos durante as corridas, especialmente em provas que necessitem da presença do safety car.
O Pit Boost não foi empregado na segunda corrida do final de semana. A intensão é utilizá-lo apenas nas rodadas duplas, em apenas uma das corridas, aumentando o número de estratégias para as equipes que farão duas corridas no mesmo local. Sua utilização será determinada pela FIA e as equipes serão notificadas 21 dias antes de cada prova.
Para o lançamento de uma nova tecnologia, houve pouco problemas em pista e agora, restam as equipes entenderem o melhor momento para a utilização do Pit Boost que deverá acontecer na rodada dupla de Mônaco, entre os dias 3 e 4 de maio.
Mais uma vitória para Oliver Rowland

Na segunda corrida da etapa, Oliver Rowland mostrou que está na disputa pelo título mundial, e garantiu mais uma vitória na temporada. Largando em segundo, atrás de seu antigo mentorado, Taylor Barnard, o piloto da Nissan foi facilmente ultrapassado por Hughes ainda no início da prova. Durante o sétimo giro, o britânico conseguiu realizar uma ultrapassagem dupla, assumindo a liderança da prova.
Com muita experiência no gerenciamento de energia e no uso do Modo Ataque, o piloto britânico conseguiu administrar tranquilamente a primeira metade de prova e, nas voltas finais, pode aumentar o ritmo e construir uma grande vantagem para seus concorrentes. “A chave [para a vitória] foi o início, eu consegui aproveitar o vácuo para poupar energia e isso me permitiu ser mais agressivo nas disputas por posição. É o melhor cenário que poderia ter acontecido”, declarou Oliver.
Além dos dois pódios conquistados em Jedá, o piloto da Nissan também soma a vitória na etapa do México, e ocupa a liderança no campeonato de pilotos com 68 pontos, uma vantagem de 17 sob o vice Taylor Barnard. Apesar da folga na liderança, o britânico declarou que ainda não está pensando no título mundial e que focará em uma etapa por vez. “É ótimo [ampliar a liderança do campeonato]. Mas meu foco é uma corrida de cada vez, fazendo o melhor trabalho possível para somar o máximo de pontos que eu conseguir”, finalizou Rowland.
Estrela em ascensão na McLaren

Desde que assumiu o carro numero 5 da Neom McLaren, o jovem piloto britânico vem ganhando destaque a cada etapa. Na corrida de abertura da temporada realizada em São Paulo, Taylor Barnard surpreendeu a todos alçando seu primeiro pódio na primeira e
Durante a classificação para a primeira corrida de Jedá, o piloto conseguiu avançar nos duelos e só foi batido por Mitch Evans, da Jaguar, nas quartas de final. Largado da quarta posição, Barnard
Na segunda corrida do final de semana, Barnard conseguiu um resultado ainda melhor. Após disputar a pole position com Oliver Rowland, seu mentor no início da carreira, e vencê-lo com uma vantagem de quatro décimos, o piloto da McLaren se mostrou feliz com os resultados obtidos. “Estamos muito bem neste fim de semana [...] Vencer é o que eu quero, é a minha meta. Temos um carro muito bom”. E ao ser questionado sobre superar Rowlando, Barnad afirmou: “Ele me ajudou muito na minha carreira e estamos meio que no mesmo time porque dividimos o mesmo trem de força. Mas não vou mentir que isso é muito legal”.
O bom resultado contra o piloto da Nissan, o inglês de 20 anos tornou-se o mais jovem piloto a ser pole position na categoria.
Apesar de largar na ponta, Taylor não conseguiu manter a posição durante as 31 voltas no traçado saudita, o piloto da McLaren ainda teve um ótimo resultado terminando a prova em segundo. Com isso, Taylor conquistou seu terceiro pódio da temporada e terminou a etapa contente com o início de seu desempenho como titular. “Estou muito feliz com o fim de semana. Eu não esperava dois pódios e muitos pontos para mim e para a equipe”, disse o piloto inglês.
Ao final das duas corridas, Oliver Rowland mantém a liderança do campeonato com 68 pontos, seguido por Barnard com 51. Da Costa é o terceiro com 39 pontos somados. Entre as equipes, Nissan, Neon McLaren e Tag Heuer Porsche são as mais bem posicionadas nesse início de temporada.
A Fórmula E retorna as pistas em abril, nos dia 11 e 12 para o e-Prix de Miami.
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